Os índios de Roraima voltaram a se mobilizar em defesa da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Diante da iminência da retomada do julgamento sobre a demarcação daquela área pelo Supremo Tribunal Federal (STF), prevista para ocorrer ainda este ano, foi lançada sexta-feira em Boa Vista a segunda fase da campanha Anna Pata Anna Yan - que significa Nossa Terra, Nossa Mãe. Para os próximos dias estão previstas, em diversas partes do País, reuniões e manifestações de apoio à reivindicação dos índios, que desejam a demarcação da reserva em área contínua. Na quarta-feira, três representantes do Conselho Indigenista de Roraima (CIR) foram à sede do STF, em Brasília. Eles se reuniram com os ministros Ricardo Lewandovski, Cezar Peluso e Carmem Lúcia
OESP, 15/11/2008, Nacional, p.A16.
Os norte-americanos Andrew Dadiv Kopfinger, que trabalha numa empresa de exploração de petróleo nos Estados Unidos, e Benjamim Martin Charles Genard devem deixar o Brasil hoje. Eles foram presos pela Polícia Federal, na quarta-feira, transitando sem autorização da Funai na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Segundo o superintendente da PF, José Maria Fonseca, eles disseram que estavam "evangelizando os indígenas". "Para quem ia evangelizar, 15 dias parece pouco. Além de estarem com as passagens já compradas para esta sexta-feira. O comportamento e o equipamento que transportavam dão a entender que a finalidade era outra", disse Fonseca. Eles estavam na companhia do índio Makuxi José Pereira da Silva, pertencente à Sodiur
Folha de Boa Vista, 07/11/2008.
Com o anúncio feito pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, sobre a retomada do julgamento da legalidade da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) em área contínua para dezembro, entidades envolvidas no tema começam a se articular. De acordo com o presidente da Sociedade de Defesa dos Índios Unidos do Norte de Roraima (Sodiur), Sílvio Silva, - que defende a homologação em ilhas - a entidade já planeja uma marcha a Brasília para o próximo mês. "Vamos mostrar ao ministro da Justiça Tarso Genro e aos ministros do Supremo que a Sodiur é contra a demarcação como foi feita", disse Silva
Folha de Boa Vista, 07/11/2008.
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, afirmou ontem que a Corte vai dar continuidade ao julgamento sobre a homologação da Terra Indígena Raposa/Serra do Sol, em Roraima, ainda neste ano. "Certamente vamos retomar o julgamento. Está previsto para final de novembro, início de dezembro", disse Mendes
FSP, 13/10/2008, Brasil, p.A10.
"Agride o bom senso dizer que as cinco tribos da Raposa Serra do Sol precisam ocupar uma faixa contínua de 1,7 milhão de hectares. A demarcação daquelas terras, como foi feita, exclui (por extrusão), além dos produtores rurais 'vindos de fora', índios que de alguma forma se integraram ao ecúmeno nacional. A extrusão de brasileiros 'não-índios' da região desqualifica noções sobre a identidade nacional. Esperemos que a decisão do Supremo ilumine da melhor forma a questão que, acima das demarcações, implica afirmar direitos da identidade nacional - em Roraima, em Mato Grosso do Sul e onde mais seja no território brasileiro", editorial
OESP, 21/09/2008, Notas e Informações, p.A3.
Em manobra que inverteu a fila de votações no Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros adiaram o julgamento sobre a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, para decidir na próxima semana uma ação menos complexa e polêmica, que definirá os limites da Reserva Indígena Caramuru/Paraguassu, no sul da Bahia. Na ação, a Funai pede a anulação de títulos de posse concedidos pelo governo da Bahia em áreas da reserva, em benefício de agricultores. Tramitando há 26 anos no STF, a ação atrai menos holofotes do que a questão da Raposa. Apesar disso, o caso dos Pataxó Hã-Hã-Hãe servirá de base para a decisão sobre os limites e extensão da TI Raposa Serra do Sol
OESP, 18/09/2008, Nacional, p.A13.
O relator da ONU para o direito dos povos indígenas, James Anaya, revelou que foi impedido de se encontrar com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em sua recente visita ao Brasil. "Pedi um encontro com eles (ministros), mas foi negado. Até hoje não sei bem por quê", afirmou Anaya. Ele reconheceu, contudo, que o encontro teria sido polêmico. O ministro do STF Carlos Ayres Britto reagiu. "Entendo que o Brasil não precisa, para proteger seus índios, da ONU e das ONGs estrangeiras, porque a Constituição já o faz melhor do que qualquer outra do mundo. Basta cumprir a Constituição para que as etnias indígenas tenham reconhecido seu extraordinário valor", disse ele. Ayres Britto justificou a recusa ao pedido de audiência feito por Anaya. "Quando fui procurado, não tinha disponibilidade de tempo para recebê-lo"
OESP, 13/09/2008, Nacional, p.A21.
O Conselho Indígena de Roraima (CIR) divulgou em seu site notícia de que a placa que identificava a demarcação da Terra Indígena Raposa-Serra do Sol, fincada diante da quadra de esportes da comunidade do Barro, em Roraima, foi destruída pelo líder arrozeiro Paulo César Quartiero, que também teria quebrado bancos e cadeiras. Leia mais em http://www.cir.org.br/noticias.php?id=559
Notícias Socioambientais/ISA, 09/09/2008.
A Procuradoria Regional da República da 1ª Região denunciou o prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero, líder dos produtores de arroz dentro da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, pelos crimes de seqüestro e cárcere privado, roubo e dano qualificados. O prefeito é acusado de coordenar invasão à missão religiosa do Surumu, dentro da terra indígena, no dia 6 de janeiro de 2004. Na época, religiosos e alunos foram ameaçados e três padres, seqüestrados
O Globo, 06/09/2008, O País, p.12; OESP, 06/09/2008, Nacional, p.A16.
O fazendeiro Ivo Barili, que planta arroz na região da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), recorreu ao Supremo Tribunal Federal para tentar escoar sua produção. Ele quer que o STF determine à Polícia Federal que desbloqueie a RR-319. Segundo ele, índios têm invadido fazendas e obstruído rodovias, principalmente a RR-319, conhecida como Transarrozeira. Barili afirma que a obstrução da estrada impede seu direito de ir e vir
OESP, 02/09/2008, Nacional, p.A12.