Terra Indígena Raposa Serra do Sol
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ONU acompanha crise
O alto escalão da ONU está acompanhando "atentamente" a crise na Terra Indígena Raposa Serra do Sol e espera uma solução "rápida" para evitar a violência. Relatores da ONU estariam alertando o governo sobre a necessidade de intervir desde meados do ano passado. Se a situação se agravar nos próximos dias, a ONU afirma estar disposta a tomar medidas para recriminar o governo brasileiro, como emitir apelos públicos. No início do ano, o relator da ONU para moradia, Miloon Khotari, se queixou de que a ocupação de fazendeiros violava os direitos dos índios
O Globo, 07/05/2008, O País, p.4.
'Terra indígena não ameaça a soberania'
"Essa história de terra indígena ameaçar a soberania não é verdade. Consideram a gente estrangeiro. Isso não pode acontecer. Cantamos o hino nacional nas escolas das aldeias", disse o coordenador do Conselho Indígena de Roraima, Dionito de Souza
FSP, 06/05/2008, Brasil, p.A7.
'Não é possível iludir novamente essas tribos'
"Há muito tempo que aquelas terras estavam homologadas, e a demarcação demorou muito. Os arrozeiros entraram depois. Não é possível iludir novamente essas tribos. Terras descontínuas significam terras fragmentadas, entremeadas de não-indígenas, que vão acabar tentando aumentar suas terras. É um crime contra os índios. Não tem o menor cabimento", disse Silvia Carvalho, doutora em antropologia e fundadora do Centro de Estudos Indígenas Miguel Ángel Menéndez
OESP, 06/05/2008, Nacional, p.A4.
Gerando conflitos
"Não fosse a trégua estabelecida pelo Supremo, 50% do território de Roraima passariam a constituir-se de 'nações indígenas' - as da Reserva Raposa Serra do Sol e mais as imensas terras ianomâmis. A demarcação em terras contínuas da Raposa Serra do Sol criaria uma imensa vulnerabilidade na fronteira brasileira. Um passo adiante, e surgiria o fantasma de um desmembramento territorial. É o que causa preocupação nas Forças Armadas", editorial
O Globo, 06/05/2008, Opinião, p.6.
Governador acha invasão suspeita
O governador de Roraima, José de Anchieta Junior, disse ontem que foi surpreendido pela notícia do conflito na Raposa Serra do Sol quando viajava para Brasília, onde se reuniu com ministros do Supremo Tribunal Federal. Anchieta levantou suspeitas sobre os objetivos da invasão. "Há algo estranho por trás dessa invasão. Por que acontece exatamente nesse período de indefinição? E, se houve invasão, não caberia aos fazendeiros reagir dessa forma", afirmou, ao sair de audiência com o presidente do Supremo, Gilmar Mendes.
'Reserva invade área dos poucos que trabalham'
"Aqui não existe a figura do invasor. É o contrário: as demarcações de terras indígenas invadem [as áreas] dos poucos que ainda trabalham em Roraima. A fronteira tem que ser ocupada por brasileiros e tem que existir atividade econômica", disse o representante dos arrozeiros e prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero
FSP, 06/05/2008, Brasil, p.A7.
'A radicalização dos dois lados deve aumentar'
Para o general Luiz Gonzaga Lessa, ex-presidente do Clube Militar, integrantes do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e de outras entidades ligadas à questão indígena usam há algum tempo métodos de provocação ao afirmar que os índios não aceitarão a constituição da Terra Indígena Raposa Serra do Sol em áreas não-contínuas. "Esse atentado, se foi realmente praticado pelos seguranças dos arrozeiros, criará um enorme problema para eles e repercutirá internacionalmente de forma extremamente negativa, até por causa da informação de indígenas feridos", avaliou.
Confronto com arrozeiros deixa 10 índios feridos a tiros em Roraima
'Demarcação dá garantia a índios'
Professor do Departamento de Antropologia da UnB, Stephen Baines desenvolve uma pesquisa sobre etnologia indígena e Estados nacionais, na qual analisa casos de Brasil, Canadá e Austrália - que enfrentam debates comuns, tais como a demarcação das terras destinadas aos índios.
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