A polêmica sobre a retirada dos não-índios se concentra na Vila Surumu, onde estão as propriedades de rizicultores. Mas em quase todo o resto da Raposa/Serra do Sol o "homem branco" já foi embora -debandada que começou com a demarcação da terra, em 1998. Todos os índios entrevistados se disseram felizes com o isolamento étnico. Eles vivem da mandioca e do milho que plantam, do gado que criam -já são cerca de 40 mil cabeças, segundo a Funai- e do diamante e do ouro que conseguem garimpar ilegalmente. "Ah, melhorou quase 100%", disse Danilo de Souza, morador da Vila Socó, na região próxima à fronteira com a Guiana. "Antes, eles [os não-índios] não deixavam a gente ter nossa roça, batiam na gente. Foram passando cercas, tirando a gente da nossa terra". Outras pessoas também relataram agressões na época da presença de não-índios
FSP, 14/12/2008, Brasil, p.A12.